quarta-feira, 22 de maio de 2013

Aumento de taxas aeroportuárias em Lisboa poderá levar a perder passageiros


O aumento das taxas aeroportuárias em Lisboa, que será de quatro por cento já em junho e deverão sofrer um novo agravamento ainda não quantificado em janeiro do próximo ano, poderá levar a uma perda no tráfego de passageiros, alertou o diretor geral da easyJet Portugal e Espanha, Javier Gandara. O responsável apontou como exemplo o aumento «brutal» das taxas aeroportuárias nos aeroportos espanhóis de Madrid e Barcelona no ano passado, que teve como consequência uma quebra de quatro milhões de passageiros no aeroporto da capital espanhola. «Em toda a operação da easyJet, as taxas em Madrid e Barcelona passaram a ser as mais elevadas, a seguir a Amesterdão», explica.
O contrato de concessão da ANA – Aeroportos de Portugal prevê uma diminuição nas taxas aeroportuárias no aeroporto do Funchal e um aumento no de Lisboa. «As taxas aeroportuárias representam cerca de 30 por cento dos custos de operação pelo que qualquer aumento põe em causa a sua rendibilidade», referiu Javier Gandara, adiantando que qualquer gestor de infraestruturas aeroportuárias «tem de ser sensível às preocupações dos operadores». O responsável da easyJet criticou igualmente a existência de um único operador de ‘handling’ no aeroporto de Faro, enquanto nos de Lisboa e do Porto, as opções de escolha são reduzidas. «Um dos operadores é detido pelo nosso principal concorrente no negócio de tráfego aéreo», afirma.
As declarações de Javier Gandara foram efetuadas durante um encontro com a comunicação social para apresentação dos resultados do primeiro ano de operação da base em Lisboa da easyJet. O diretor geral da companhia para Portugal e Espanha afirmou que foram transportados mais de quatro milhões de passageiros no nosso País, entre os quais cerca de 400 mil no segmento de negócio. O número de aviões passou de dois para quatro, enquanto os colaboradores contratados localmente aumentaram de 70 para 130. Desde a inauguração da base em Lisboa foram criadas sete novas rotas, incluindo Bilbau e Valência, enquanto a rota de Amesterdão passou a operar seis dias por semana em vez de quatro. A rota de Veneza foi otimizada para oferecer aos clientes portugueses «mais oportunidades para fazerem ‘city breaks’ na cidade dos canais».
O segmento de negócio tem sido uma das apostas da easyJet, tendo registado um aumento de 12 por cento no último ano, para 400 mil passageiros em Portugal. A companhia introduziu novidades na oferta, passando a disponibilizar a opção de seleção de lugares, sistemas de reservas para agências de viagens e acordos com vários clientes empresariais. Em colaboração com a ANA, a easyJet introduziu o ‘Green Way’ no mês de maio que oferece ao passageiro a prioridade no controlo de segurança. O novo serviço é disponibilizado em associação com as tarifas Flexi, que possibilitam alterações ilimitadas de data e hora dos voos até duas horas antes da partida. Os passageiros com tarifa Flexi também têm o direito a selecionar o lugar preferencial e a embarcar antes dos outros passageiros. Em Portugal, o ‘Green Way’ está disponível em Lisboa, Porto e Faro.
Relativamente à operação no Terminal 2 do aeroporto de Lisboa, o diretor geral da easyJet Portugal e Espanha afirmou estar bastante «satisfeito» com as condições existentes, uma vez que permitem «fazer a rotação em apenas 30 minutos» e acrescentou que a companhia gostaria que as «chegadas também fossem no Terminal 2». Javier Gandara salientou que as condições no Terminal 2 não são as mesmas do Terminal 1, pelo que deveria de haver uma diferença no valor das taxas aeroportuárias.
A easyJet gostaria ainda de voar para os Açores, não só do Continente mas também de outros pontos da Europa, mas as negociações com o Governo Regional dos Açores ainda não foram conclusivas. Javier Gandara deu como exemplo a ligação para a Madeira, onde se verificou uma diminuição média das tarifas de aproximadamente 30 por cento entre 2008 e 2013 devido ao aparecimento de um novo operador, sendo que a tarifa da easyJet é 30 por cento mais baixa do que a do principal concorrente direto. Por Carlos Moura       

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