terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Ficar sentado

Portugal arrancou já com o programa que visa introduzir os veículos eléctricos.

Verdadeira oportunidade para o desenvolvimento de equipamentos e veículos, este programa abre portas para uma verdadeira revolução na introdução de novos modelos de mobilidade, ambientalmente sustentáveis, recorrendo ao uso de energia produzida a partir de fontes renováveis e integrados com o desenvolvimento das cidades.

Se, por um lado, a indústria através dos centros de inovação e desenvolvimento já deu mostras do seu interesse, através da apresentação e lançamento de soluções e plataformas, por outro, resta saber como irão as cidades e restantes agentes da mobilidade reagir e posicionar-se quanto a esta nova realidade.

Numa primeira fase-piloto, 25 cidades assinaram o protocolo, comprometendo-se a elaborar Planos de Mobilidade Eléctrica até Março de 2010.

As cidades subscritoras assumiram o compromisso de instalar na sua malha urbana uma rede de pontos de carregamento de baterias, criar zonas de estacionamento privilegiado para veículos eléctricos e ainda incentivar a incorporação de veículos eléctricos nas suas frotas.

Esta pode, e deve, ser a oportunidade das autarquias mostrarem a sua ambição definindo o grau de mobilidade que querem conferir aos seus cidadãos, de que modo e com que meios. Esta é uma oportunidade real para apresentarem verdadeiros planos de mobilidade incorporando o transporte público nos seus vários componentes e modos, assim como o transporte individual e a integração destes com os novos modelos de mobilidade que este programa proporciona.

Mas se é certo que as soluções de mobilidade passam pela definição das autarquias e pela sua capacidade de gestão, não menos verdade é o papel que os operadores e demais agentes da mobilidade devem ter neste particular.

A estes últimos cabe sensibilizar os gestores do território e disponibilizarem-se efectivamente para fazer parte das soluções que mais se adequam e interessam à cidade.

Estar disponível implica ser colaborante e pró-activo, mas também significa estar ao dispor para adquirir novos conhecimentos e conhecer novas práticas.

A ausência de qualquer operador ou município no recente Congresso do Transporte Público, em Nice, organizado pelo GART, Grupo das Autoridades Responsáveis de Transporte, que congrega cerca de 273 Autoridades de Transportes, sendo mais de metade destas, estruturas intermunicipais, mostra bem o “estado da arte” no que à disponibilidade diz respeito.

Ficar sentado à espera que nos seja indicado qual o papel que teremos de desempenhar é uma prática comum que a todos penaliza!... Por José Monteiro Limão

Sem comentários:

Enviar um comentário