Apresentado pela Rave na Bolsa de Turismo de Lisboa, o “Estudo sobre o Impacte da Rede de Alta Velocidade no Turismo Nacional” conclui que a entrada em funcionamento da nova infra-estrutura no nosso país poderá gerar por si só mais de 36 mil novos empregos no sector do Turismo e contribuir para o valor acrescentado gerado pelo sector com cerca de 553 milhões de euros em 2030.
O estudo refere que o Alta Velocidade poderá gerar mais de 770 milhares de hóspedes e cerca de dois milhões de dormidas em 2030, contribuindo decisivamente para o crescimento de um dos sectores considerados estratégicos para a economia deste estudo.
Para a elaboração deste estudo, a Deloitte utilizou como referência a implementação da Alta Velocidade em Espanha e França, países onde provocou alterações significativas no sector turístico ao alterar o padrão de mobilidade, o que se reflectiu num incremento das viagens de curta duração (shortbreaks) e de negócios, na maior frequência das viagens como na diminuição da estada média. Para obter sinergias entre a Alta Velocidade e o turismo, as entidades espanholas e francesas ligadas ao sector têm desenvolvido medidas estratégicas que incluem a promoção de produtos e serviços turísticos específicos, tarifas especiais para operadores turísticos, pacotes de destinos articulados com transporte, entre outros.
Com base na experiência espanhola e francesa, a Rave elaborou estimativas de procura para 2015, «conservadoras», segundo o administrador da empresa, Carlos Fernandes. A linha Lisboa – Porto terá uma procura de 45,8 milhões de viagens, da qual seis por cento será induzida (7,4 milhões), isto é, gerada pelo novo modo de transporte e não transferida de outros; segue-se o corredor Lisboa – Madrid, com 24 milhões de viagens, com uma procura induzida de 12 por cento (6,7 milhões) e o Porto – Vigo, com 20 milhões de viagens e uma procura induzida de 13 por cento (1,7 milhões).
O estudo define um conjunto de recomendações estratégicas para o desenvolvimento do sector turístico no nosso país, assentes na qualidade, competitividade e sustentabilidade da oferta. Para potenciar as oportunidades criadas pela Alta Velocidade defende-se um reposicionamento dos agentes de turismo e do sector dos transportes, assim como uma forte estratégia de marketing.
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