sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Alta Velocidade é oportunidade para agentes económicos, afirma ministro António Mendonça


O projecto de Alta Velocidade deve ser encarado pelos agentes económicos como uma oportunidade, afirmou o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça, durante a sessão de apresentação de um estudo promovido pela Rave e realizado pela Deloitte, com acompanhamento da Confederação Portuguesa do Turismo Português, acerca do impacto daquele modo de transporte ferroviário no turismo nacional. «Todos os agentes económicos têm de olhar para as novas infra-estruturas que vão ocorrer a partir de 2013 como uma oportunidade de negócio», declarou o ministro. «Os novos sistemas de transporte vão introduzir mudanças qualitativas na economia e os agentes económicos devem começar a pensar por antecipação». Segundo António Mendonça, Lisboa tem condições para se «transformar na capital da fachada atlântica da Europa e na praia de Madrid». O ministro recomendou a elaboração de um plano de marketing do turismo para a chegada da Alta Velocidade e a «preparação desde já de uma grande ofensiva do País relativamente à chegada do Alta Velocidade a Madrid».

Apresentado pela Rave na Bolsa de Turismo de Lisboa, o “Estudo sobre o Impacte da Rede de Alta Velocidade no Turismo Nacional” conclui que a entrada em funcionamento da nova infra-estrutura no nosso país poderá gerar por si só mais de 36 mil novos empregos no sector do Turismo e contribuir para o valor acrescentado gerado pelo sector com cerca de 553 milhões de euros em 2030.

O estudo refere que o Alta Velocidade poderá gerar mais de 770 milhares de hóspedes e cerca de dois milhões de dormidas em 2030, contribuindo decisivamente para o crescimento de um dos sectores considerados estratégicos para a economia deste estudo.

Para a elaboração deste estudo, a Deloitte utilizou como referência a implementação da Alta Velocidade em Espanha e França, países onde provocou alterações significativas no sector turístico ao alterar o padrão de mobilidade, o que se reflectiu num incremento das viagens de curta duração (shortbreaks) e de negócios, na maior frequência das viagens como na diminuição da estada média. Para obter sinergias entre a Alta Velocidade e o turismo, as entidades espanholas e francesas ligadas ao sector têm desenvolvido medidas estratégicas que incluem a promoção de produtos e serviços turísticos específicos, tarifas especiais para operadores turísticos, pacotes de destinos articulados com transporte, entre outros.

Com base na experiência espanhola e francesa, a Rave elaborou estimativas de procura para 2015, «conservadoras», segundo o administrador da empresa, Carlos Fernandes. A linha Lisboa – Porto terá uma procura de 45,8 milhões de viagens, da qual seis por cento será induzida (7,4 milhões), isto é, gerada pelo novo modo de transporte e não transferida de outros; segue-se o corredor Lisboa – Madrid, com 24 milhões de viagens, com uma procura induzida de 12 por cento (6,7 milhões) e o Porto – Vigo, com 20 milhões de viagens e uma procura induzida de 13 por cento (1,7 milhões).

O estudo define um conjunto de recomendações estratégicas para o desenvolvimento do sector turístico no nosso país, assentes na qualidade, competitividade e sustentabilidade da oferta. Para potenciar as oportunidades criadas pela Alta Velocidade defende-se um reposicionamento dos agentes de turismo e do sector dos transportes, assim como uma forte estratégia de marketing.

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