quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Transporte público de qualidade e modos suaves são apostas do programa do novo Governo

A transferência para as áreas metropolitanas das competências para a gestão e coordenação de redes de âmbito metropolitano, designadamente a nível dos transportes, o aumento da eficiência energética com uma redução dos consumos de eletricidade e combustíveis em 30 por cento até final da legislatura, a promoção de um um transporte público de qualidade, a implementação de novos conceitos de mobilidade, o impluso e a expansão da mobilidade elétrica são as principais linhas do programa do novo Governo para a área dos transportes e e da mobilidade.
Relativamente à transferência das competências de gestão e coordenação das redes de transportes para as áreas metropolitanas, essa é uma medida que já está prevista no novo Regime Jurídico do Serviço Público de Transportes de Passageiros (Lei 52/2015), que se encontra em vigor desde o mês de setembro. O novo Governo promete a atribuição de competências próprias bem definidas. O reforço das competências das autarquias locais na área dos transportes implica a anulação das concessões e privatizações em curso dos transportes coletivos de Lisboa e do Porto.
Ao nível da eficiência energética nos transportes, o Governo compromete-se a promover a reconversão de veículos e frotas, para que passem a utilizar como combustível o gás natural, de menor intensidade carbónica, designadamente mediante soluções ‘flexfuel’ para veículos pesados.

No domínio do transporte público, o novo Governo diz que irá promover o funcionamento em todo o país de serviços de qualidade (coletivo e individual, com ou sem condutor), com horários e frequências ajustados às necessidades dos utilizadores. O programa do Governo preconiza a criação de estações-hub intermodais que facilitem a ligação entre diferentes modos de transporte e a integração modal em termos de bilhética, tarifário, percursos e horários, e gestão de custos pelo passageiro, aumentando a comodidade das deslocações com recurso a diversos modos de transporte, incluindo não só os transportes públicos pesados como os sistemas de mobilidade suave (sharing, pedonal, bicicleta, elétrico, elevadores).
O programa do XXI Governo Constitucional prevê a criação de um Cartão da Mobilidade, que permite ao utilizador aceder a todos
os serviços de transportes públicos, estacionamento, portagens, aluguer de veículos em sistemas partilhados ou carregamento de veículos elétricos. Outra novidade consiste na criação de um passe de família para os transportes públicos urbanos, bem como bilhetes de grupo, para cinco ou mais pessoas. Os estudantes até aos 25 anos verão reforçados e uniformizados os descontos em transportes públicos.

Novos conceitos de mobilidade

Além do transporte público, o novo Governo pretende apostar em novos conceitos de mobilidade, incluindo os modos suaves, como a bicicleta e o pedonal, comprometendo-se a desenvolver e aplicar um Plano de Promoção da Bicicleta e outros modos de mobilidade suave. Entre as medidas para esta promoção dos modos suaves destaque para a autorização do transporte de bicicletas em transportes públicos, designadamente no comboio e no metro, a criação de corredores intermunicipais para bicicletas que tem o objetivo de diminuir a distância entre a cidade e os subúrbios, o fomento da construção de infraestruturas cicláveis, com três níveis de utilizadores e funções (prática desportiva, prática de turismo e mobilidade urbana).
Ao nível do desenho urbano, o programa do Governo prevê a redução da área ocupada pelo transporte individual, nas vias e no estacionamento, favorecendo o uso do transporte público e a mobilidade suave, em especial a mobilidade pedonal e ciclável, como forma de promoção da mobilidade jovem e da acessibilidade por cidadãos seniores. Por outro lado serão criados incentivos para os operadores de serviços de car sharing e bike sharing.
O novo Governo pretende ainda incentivar a implementação de serviços de Bus Rapid Transit, que combinam a capacidade e velocidade do metro ligeiro a um custo muito inferior.
Para as zonas e horários de baixa procura irão ser promovidos serviços de transporte flexível e a pedido.
No que se refere à política de mobilidade elétrica para a área do transporte coletivo, o programa do Governo prevê direcionar os incentivos à aquisição de veículos elétricos para os segmentos com maior impacto energético e ambiental, como os autocarros de serviço público de transporte, táxis, transporte escolar, bem como a criação de incentivos ao surgimento de operadores de car sharing e bike sharing elétricos.

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