quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Plataforma logística de Caia-Badajoz: portugueses discutem obra, espanhóis avançam sozinhos

Badajoz anunciou a construção da Plataforma Logística do Sudoeste Ibérico e não esperou por Portugal para concretizar o projeto aprovado na Cimeira Ibérica realizada em Zamora, em janeiro de 2009, pelo então ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações de Portugal e pelo ministro do Fomento de Espanha. O acordo prevê a construção de uma estação internacional de alta velocidade de Elvas – Badajoz, localizada na zona do rio Caia, na fronteira dos dois países, e uma estação de mercadorias, localizada no lado português, incluindo plataformas de vias, instalações para carga e descarga, acessos rodoviários e estacionamento para pesados.
A Plataforma Logística do Sudoeste Europeu vai ficar localizada em Badajoz, junto à fronteira do Caia, ocupará uma área de 60 hectares e terá uma capacidade mínima de carga e descarga diária de 16.500 toneladas, após a conclusão da primeira fase. A plataforma será servida por um terminal rodoferroviário que terá capacidade para operar 11 comboios por dia com comprimento de 700 metros e 1.500 toneladas de carga.     
O terminal ferroviário, que terá seis vias para receção e saída de comboios e três vias para carga e descarga das composições, ficará localizado paralelamente à atual linha convencional Madrid-Badajoz-fronteira portuguesa, estando prevista uma reserva de espaço para a ligação à futura linha de Velocidade Elevada que irá estabelecer a ligação entre Lisboa e Madrid.
A construção da Plataforma Logística de Badajoz deverá arrancar no início de 2015 e terá um prazo de execução de 20 meses. O investimento total previsto ascende a 19 milhões de euros, onde se incluem 13 milhões de euros para construção da plataforma logística e seis milhões de euros para as acessibilidades ferroviárias e estação de mercadorias.
A Plataforma Logística do Sudoeste Ibérico foi apresentada na Fehispor, que decorreu em Badajoz, numa cerimónia que contou com a presença do presidente do porto de Sines, dos administradores dos portos de Lisboa e Setúbal, Nuno Sanches Osório e Seixas da Fonseca, respetivamente, assim como António Nabo Martins, da CP Carga, e outros quadros dos portos portugueses.

As autoridades espanholas têm mantido contactos com responsáveis dos portos de Lisboa, Sines e Setúbal, além de representantes de armadores e grupos empresariais, com o objetivo de elaborar um plano de colaboração que permita a instalação de indústrias na plataforma logística. Por Carlos Moura

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