Recentemente, o Governo espanhol anunciou a elaboração de um plano estratégico nacional tendo em vista a promoção do transporte ferroviário de mercadorias. Para a sua elaboração, o Ministério do Fomento contará com a colaboração e participação de entidades públicas e privadas, estando previsto realizar diversas conferências para aferir as expectativas e necessidades dos vários agentes do sector. Após a recolha de opiniões, visões e modelos será elaborado um documento final onde serão esplanadas directivas estratégicas para o sector.
À primeira vista parece normal, razoável e lógico. Nada mais óbvio, correcto e acertado do que querer definir orientações comuns, definir rumos e objectivos para o bom desempenho e para uma elevada eficiência económica de um sector e no caso deste modo de transporte.
Mas o que diferencia este plano da nossa realidade não é tanto a vontade ou a necessidade na produção de tais orientações ou rumos, mas, sim, a metodologia usada para chegar até ele.
Por cá, tudo é feito em canal fechado, em circuito restrito e na penumbra dos gabinetes. Muitas vezes sem qualquer aplicabilidade à realidade existente, fruto de uma ausência de envolvimento com agentes e entidades, resultando, a maior parte das vezes, em premissas irreais e orientações desadequadas face à realidade.
Ouvir, reflectir e dialogar com entidades e agentes envolvidos é a chave para promover a concertação de vontades, o caminho para encontrar objectivos comuns e a forma de angariar sinergias e capacidades de modo a estabelecer compromissos com vista a alcançar um maior desempenho.
Numa altura em que o País precisa, mais do que nunca, de aumentar a sua eficiência económica, de rentabilizar os investimentos e capacidades das suas infra-estruturas, de gerir eficazmente os seus recursos, aguarda-se com expectativa a congregação de esforços e de empenhos que apenas o Governo pode concertar.
Mais do que investimentos públicos em novas infra-estruturas, e anúncios de novos projectos e planos, os agentes aguardam a definição concertada de linhas orientadoras e sobretudo medidas congregadoras, eficazes e adequadas à realidade que promovam a riqueza do País e por consequência a dinamização do sector. Por José Monteiro Limão
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