quinta-feira, 4 de abril de 2013

Ligação ferroviária ao terminal da Trafaria custa 150 milhões


A ligação ferroviária ao futuro terminal de contentores da Trafaria tem um investimento previsto de 150 milhões de euros, revelou o presidente do conselho de administração da Refer, Rui Loureiro, em entrevista à Transportes em Revista. «A Refer assegurará a construção da ferrovia», afirmou, adiantando que se tratará de uma linha eletrificada em bitola ibérica, preparada para bitola europeia, pois terá travessas de dupla fixação (bibitola), para permitir a instalação de um terceiro carril quando tal for necessário. «Os primeiros estudos de impacto ambiental estão a ser feitos. Havia um ou dois traçados possíveis, mas um deles teria um impacto ambiental demasiado elevado sobre as arribas, além de ser pouco estável, pelo que ficámos apenas com a outra alternativa. O trajeto está fixado, estando a realizar-se o estudo de impacto ambiental». No que se refere à ligação à rede ferroviária principal, designadamente ao Eixo Norte – Sul, a Refer está a estudar duas hipóteses.
Relativamente à viabilidade comercial e económica desta ligação ferroviária, o presidente da Refer argumenta que fará sentido se toda a movimentação de contentores for feita na Margem Sul, apesar do aumento da distância a percorrer, que obriga o comboio a ir ao Setil para depois voltar para Lisboa. «Temos de perceber onde é feita a desconsolidação dos contentores. Se for feita no porto de Lisboa, na Margem Norte, então naturalmente que esse transporte não fará qualquer sentido», salienta Rui Loureiro. «Neste momento a desconsolidação dos contentores de Alcântara é feita na Bobadela. Curiosamente, chegam mais depressa se vieram
da Margem Sul do que da Margem Norte: Alcântara tem imensos problemas de acesso a uma linha de cintura que está muito carregada. Mesmo que seja mais longe a Margem Sul, o transporte está mais facilitado porque os comboios têm enormes dificuldades para sair de Alcântara».
Em termos de política comercial, o presidente da Refer afirma que a empresa irá propor à tutela uma solução em que a diferença de preço entre um trajeto mais curto e um mais longo para o mesmo contrato de transporte seja suportado pelo gestor da infraestrutura ferroviária. O objetivo é o operador não pagar mais quilómetros. «Se houver um contrato de transporte com um operador em que a linha mais curta seja, por exemplo, de 300 quilómetros e a Refer tiver uma solução com 350 quilómetros, os 50 quilómetros adicionais serão suportados pela Refer e não pelo operador», esclarece o responsável, salientando que o custo por quilómetro (taxa de uso) na linha de cintura é mais elevado do que numa outra ligação vinda da Margem Sul. Por Carlos Moura 

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