O
Governo admite introdução de megamiões, com peso bruto de 60 toneladas, em
Portugal, revelou o secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e
Comunicações, Sérgio Monteiro, durante o 7º Encontro da Transportes em Revista,
realizado ontem em Lisboa e subordinado ao tema “Transportes, Competitividade e
Futuro”.
O
governante afirmou não ter “estruturalmente nada contra” a introdução desse
tipo de veículos no nosso País, que oferecem um aumento de 50 por cento na
capacidade de carga, das atuais 40 para 60 toneladas. “É uma discussão que está
em marcha”, afirmou, salientando que “cada decisão tem que ser pesada em termos
de efeitos imediatos e os indiretos” e acrescentou que não é por não envolver
custos que demora menos tempo a ser tomada”.
No
painel dedicado às “Infraestruturas”, realizado horas antes, o presidente do
grupo Luís Simões, José Luís Simões, tinha afirmado que a sua empresa
apresentara uma proposta aos governos português e espanhol que previa o aumento
do peso bruto dos veículos pesados de mercadorias das atuais 40 para 44
toneladas e ao mesmo tempo um novo formato, designado megacamião ou gigaliner,
que reforça o peso bruto para 60 toneladas. Será de referir que com estas
soluções dois veículos com comprimento de 25,25 metros e 60 toneladas de peso
bruto teriam a mesma capacidade de carga de três conjuntos articulados
convencionais (trator e semirreboque) com peso bruto de 40 toneladas.
Segundo
José Luís Simões, essa configuração de veículo teria restrições de circulação
no que se refere a vias, realçando os ganhos de competitividade para as
empresas de transporte e para a economia portuguesa. Para a proposta avançar
basta “haver vontade política”, afirmou o empresário.
"Neste momento, em Espanha, o nosso projeto está a avançar. Estamos
a trabalhar com os carregadores e o Estado para selecionar eixos e
segmentos" para permitir os camiões com peso bruto total de 60 toneladas,
revelou, acrescentando que estes pesados circulam nos países escandinavos desde
os anos 60 e na Holanda desde os anos 80. Em Portugal, "o projeto foi
apresentado ao anterior Governo, mas está tudo parado". Estamos
preocupados com outras coisas que não a competitividade do país. Isto é que é a
competitividade do país," adiantou. O empresário salienta que esta solução
permite aumentar a capacidade de transporte de mercadorias com um “ligeiro
acréscimo do consumo de combustível”. Por Carlos Moura
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