segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Governo admite introdução de megacamiões em Portugal


O Governo admite introdução de megamiões, com peso bruto de 60 toneladas, em Portugal, revelou o secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, durante o 7º Encontro da Transportes em Revista, realizado ontem em Lisboa e subordinado ao tema “Transportes, Competitividade e Futuro”.
O governante afirmou não ter “estruturalmente nada contra” a introdução desse tipo de veículos no nosso País, que oferecem um aumento de 50 por cento na capacidade de carga, das atuais 40 para 60 toneladas. “É uma discussão que está em marcha”, afirmou, salientando que “cada decisão tem que ser pesada em termos de efeitos imediatos e os indiretos” e acrescentou que não é por não envolver custos que demora menos tempo a ser tomada”.
No painel dedicado às “Infraestruturas”, realizado horas antes, o presidente do grupo Luís Simões, José Luís Simões, tinha afirmado que a sua empresa apresentara uma proposta aos governos português e espanhol que previa o aumento do peso bruto dos veículos pesados de mercadorias das atuais 40 para 44 toneladas e ao mesmo tempo um novo formato, designado megacamião ou gigaliner, que reforça o peso bruto para 60 toneladas. Será de referir que com estas soluções dois veículos com comprimento de 25,25 metros e 60 toneladas de peso bruto teriam a mesma capacidade de carga de três conjuntos articulados convencionais (trator e semirreboque) com peso bruto de 40 toneladas.
Segundo José Luís Simões, essa configuração de veículo teria restrições de circulação no que se refere a vias, realçando os ganhos de competitividade para as empresas de transporte e para a economia portuguesa. Para a proposta avançar basta “haver vontade política”, afirmou o empresário.
"Neste momento, em Espanha, o nosso projeto está a avançar. Estamos a trabalhar com os carregadores e o Estado para selecionar eixos e segmentos" para permitir os camiões com peso bruto total de 60 toneladas, revelou, acrescentando que estes pesados circulam nos países escandinavos desde os anos 60 e na Holanda desde os anos 80. Em Portugal, "o projeto foi apresentado ao anterior Governo, mas está tudo parado". Estamos preocupados com outras coisas que não a competitividade do país. Isto é que é a competitividade do país," adiantou. O empresário salienta que esta solução permite aumentar a capacidade de transporte de mercadorias com um “ligeiro acréscimo do consumo de combustível”. Por Carlos Moura 

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