Recentemente José Manuel Viegas, Professor do Instituto Superior Técnico e consultor em
transportes, foi eleito para o lugar de secretário-geral do ITF – International
Transport Fórum, organização internacional que faz parte da OCDE - Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, que todos os anos reúne os
Ministros dos Transportes de 53 países.
Está
de parabéns o ilustre Professor que, pelo seu conhecimento, competência e
reconhecimento internacional, recolheu a maioria dos votos necessários para assumir
tão importante cargo. Mas também Portugal e o Governo estão de parabéns. O
primeiro porque vê reforçado o seu prestígio internacional neste setor e, o
segundo porque, através do seu imprescindível apoio e expresso empenho,
conseguiu angariar vontades e reunir parceiros por forma a garantir esta
eleição.
Noutro
contexto e com outra expressão, outro português, José Pires da Fonseca,
articulista residente da Transportes em Revista, na edição de Carga &
Mercadorias, está nomeado para os prémios “Talentos da Mobilidade”, na
categoria de “Melhor Gestor”, sendo o único português, nesta edição, a estar
entre os finalistas para os prémios atribuídos no contexto do Salão “Transports
Publics 2012”, que se realiza entre os dias 5 e 7 de junho, em Paris.
Estes
dois factos são, sem dúvida, excelentes indicadores do reconhecimento
internacional das capacidades e conhecimentos que o País detém, mas que, por
cá, teimamos em desvalorizar, não capitalizando o conhecimento e o saber existente.
Pior: insistimos em não tirar proveito do saber acumulado que muitos dos nossos
quadros asseguram.
Se,
por um lado, existe reconhecimento internacional das nossas capacidades, por
outro, e paradoxalmente, o setor dos transportes vive, em Portugal, o seu
período mais negro e sombrio, fruto de uma sucessão de políticas e decisões
errantes ao longo das últimas duas décadas, reforçado, na atualidade, pela
incerteza e falta de clarificação sobre o futuro próximo.
A
mais-valia que temos em conhecimento e “know how” contrasta fortemente com a
incapacidade politica de traçar estratégias concertadas, com a inabilidade de
saber ouvir e envolver, e, com o enorme desprezo em esclarecer e clarificar.
Ao
desaprendermos de ouvir, deixámos de saber falar e, sobretudo, de decidir bem.
Por José
Monteiro Limão
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