“O sector dos transportes vive, actualmente, uma revolução!”
Esta afirmação, feita recentemente pelo ministro António Mendonça, é no mínimo espantosa e bem patente da falta de estratégia para um sector que tem vivido à deriva e apenas com medidas e decisões pontuais quase sempre a reboque dos constrangimentos financeiros e económicos que o País vive.
O dicionário não engana! O termo revolução significa “mudança brusca ou violenta na estrutura económica, social ou política”. As recentes decisões de reduzir 15% nos custos das empresas públicas, passando pela suspensão dos projectos de infra-estruturas de transportes, além do caricato episódio de paragem do Metro do Mondego ou do recente anúncio de ajustamento laboral no sector empresarial do Estado, apenas são medidas no âmbito da gestão ou da normal definição de parâmetros por parte do accionista, fruto do estado da Economia. Nada têm a ver com uma estratégia definida, fruto de uma visão e suportada numa ampla reflexão e debate.
Revolução seria redefinir qual o peso do Estado no sector, identificando o seu papel e as suas responsabilidades, à luz de uma sociedade moderna e actual.
Revolução seria criar mecanismos de regulação e instrumentos eficazes que assegurassem a coordenação e optimização de recursos e meios, públicos e privados, na prestação de serviços de transportes mais adequados às necessidades das populações e da economia.
Revolução seria equacionar a saída do Estado do capital de inúmeras empresas públicas que exercem actividades laterais ao interesse público e que o sector privado já provou ter competência, conhecimento e maior capacidade em criar riqueza e mais-valias para o País.
Ao afirmar com entusiasmo inusitado esta “revolução”, a Tutela arrisca-se à comparação dos manuais de instruções que correm pela Internet e que têm sempre no seu preâmbulo a palavra “Totó”. Por José Monteiro Limão
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