A CP Carga recebeu o primeiro lote de 50 vagões produzidos pela EMEF, ao abrigo de um contrato que prevê o fornecimento de 300 vagões de bogies e 100 vagões de dois eixos. O valor do negócio ascende a 41,2 milhões de euros, estando previsto que as entregas sejam faseadas ao longo dos próximos três anos.
Construídos nas instalações da EMEF no Entroncamento, estes vagões são os primeiros com concepção e fabrico inteiramente nacional.
O projecto foi desenvolvido pela Engenharia e Concepção de Produto da EMEF, com total autonomia técnica, sendo todos direitos detidos integralmente pela empresa, que desta forma alarga o seu potencial de exportação, iniciado há alguns anos atrás com o fornecimento de vagões à República da Bósnia & Herzegovina.
Estes são também os primeiros vagões europeus a respeitarem as recentes Especificações Técnicas de Interoperabilidade (vagões e ruído), tendo o projecto, fabrico e ensaios sido certificados pela Associação Portuguesa para a Normalização e Certificação Ferroviária e a sua circulação autorizada e certificada pelo IMTT.
Os novos vagões permitem à CP Carga ficar melhor apetrechada para o serviço de transporte nacional e internacional de mercadorias em contentores e caixas móveis, competindo no mercado europeu com elevados padrões de qualidade e fiabilidade. Entre diversas vantagens, irá usufruir da possibilidade que estes novos veículos oferecem na versatilidade de circulação em diferentes bitolas, permitindo o atravessamento de Espanha para França e circulação na Europa Central, mediante a mudança de rodados.
O investimento permitirá dotar a CP Carga do mais moderno material rebocado, melhorando a sua capacidade de oferta de serviços nos tráfegos combinado, multimodal e paletizado. As características e capacidade técnica destes veículos reforçarão a capacidade competitiva da empresa nos mercados em que se projecta consolidar, nomeadamente na expansão do hinterland Ibérico.
A CP Carga estima que a aquisição destes novos veículos vai representar um acréscimo de oferta na ordem dos 20 por cento, o que representará um aumento de capacidade em mais de dois milhões de toneladas/ano.
As ligações com os portos nacionais da orla atlântica e a competitividade da empresa serão também substancialmente melhoradas, prevendo-se uma maior transferência modal das cargas para a ferrovia e, por sua vez, uma maior penetração no hinterland ibérico, nomeadamente nos eixos Sines / Madrid / Barcelona, Leixões – Aveiro / Salamanca / Bilbau e Lisboa / Setúbal / Madrid. Por Carlos Moura
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