Os
contratos de concessão das autoestradas em Portugal têm prevista uma cláusula
de modelação de tráfego que permite praticar valores diferentes nas taxas de
portagem em função da procura, afirmou o presidente da APCAP – Associação
Portuguesa das Sociedades Concessionárias e Auto-Estradas ou Pontes com
Portagens, José Costa Braga, durante a apresentação do estudo “As Vantagens de
Viajar em Autoestradas”. «A taxa de portagem pode variar em função do tráfego»,
referiu, adiantando que o «processo de cobrança pode suscitar algumas questões
relativamente aos horários de entrada, mas, tecnicamente, o problema não é
insolúvel», adiantou. Essa possibilidade está «instituída em todos os contratos
de concessão de autoestradas», relembrando que já foram aplicados descontos aos
veículos pesados em período noturno.
A
Estradas de Portugal, recorde-se, está a estudar, em parceria com as
subconcessionárias, a criação de um sistema único de portagens, que permitirá
diminuir o preço das portagens, segundo avançou recentemente o seu presidente,
António Ramalho, em entrevista ao Diário Económico.
O
estudo “As Vantagens de Viajar em Autoestradas em Portugal” foi desenvolvido
pela consultora TIS para a APCAP, sistematizando as principais vantagens e os
benefícios de viajar em autoestradas comparando dez percursos e as suas
alternativas, mais usados pelos automobilistas durante o verão.
Do
ponto de vista rodoviário, as autoestradas são, em média, quatro vezes mais seguras
do que as outras vias rodoviárias alternativas. A taxa de acidentes com vítimas
e com vítimas mortais é, em média, 70 por cento mais baixa do que as estradas
nacionais. O estudo comparativo indica ainda que a distância percorrida é cerca
de dez por cento inferior pela autoestrada e o tempo de viagem permite que o
condutor poupe 50 por cento em relação às outras vias.
O
estudo comparou, também, os parâmetros do custo total da viagem, incluindo
consumo de combustível, portagem, desgaste do veículo, tempo decorrido entre as
autoestradas e percursos alternativos, chegando à conclusão que a opção pela autoestrada
apresenta, na generalidade dos casos, um custo médio inferior em cinco por
cento relativamente à estrada nacional.
«Foram
testados dez percursos em autoestrada mais representativos durante o verão,
sobre seis variáveis fundamentais», refere o presidente da APCAP. «A vantagem
do ponto de vista da segurança rodoviária seria uma constatação mais do que
suficiente para justificar a utilização da autoestrada», argumenta José Costa
Braga, acrescentando que o «rigoroso estudo da TIS verifica que as autoestradas
são, em média, 70 por cento mais seguras do que as outras estradas». Por Carlos Moura
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