sexta-feira, 24 de abril de 2009

As vantagens das parcerias

Face à retracção do consumo, fruto da crise económica e financeira, o sector da carga e das mercadorias tem sofrido quebras expressivas na sua actividade. Como é costume em qualquer altura de constrangimentos ou de fraca procura, os agentes procuram alternativas e formas de contornar as dificuldades tentando encontrar novos caminhos, soluções inovadoras e novos mercados tentando assim inverter a tendência. Exemplo disso é o que parece passar-se no sector ferroviário. De há muito que é reconhecido o potencial que ferrovia tem neste sector. Ambientalmente mais sustentável, maior capacidade na carga transportada e outros tantos atributos, são por todos conhecidos e até reconhecidos e incentivados pela União Europeia que no seu Livro Branco explicita, e bem, o seu valor e papel formatador na cadeia de transporte. Prova do seu valor e da sua competitividade está bem expresso nos recentes serviços lançados pelos dois operadores ferroviários nacionais. Alargando e potencializando o “hinterland” de alguns dos portos nacionais estes serviços vêm provar que afinal há espaço de crescimento para a carga ferroviária, substituindo esta largas dezenas de camiões que diariamente partiam para a o país vizinho. Mas estes novos serviços provam que os constrangimentos anteriores, que impediam a sua realização, em nada tinham a ver com as questões da falta de interoperabilidade, mas antes com a incapacidade em estabelecer parcerias de mútuo interesse que resultassem em valias para todos. Poder-se-á dizer, sem margem para dúvidas, que estes são os primeiros efeitos da liberalização da operação ferroviária de mercadorias que a União, em boa hora, impôs, conferindo aos agentes capacidade para criarem novos serviços, novas operações e mais oferta, introduzindo mais competitividade num sector que à muito estava adormecido e estagnado. Hoje são 40 comboios por mês, mas estão já anunciados os objectivos de ambos os operadores para muitos mais. Não tardará muito que aqueles, que ainda hoje, julgam que a carga se confina ao sector rodoviário, sintam de forma expressiva, na sua actividade, o valor e as vantagens das parcerias. Por José Limão

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