quinta-feira, 19 de março de 2009

Administração da Carris não sabe se irá ser reconduzida

A administração da Carris, liderada por Silva Rodrigues, ainda não sabe se irá continuar à frentes dos destinos da operadora para o próximo triénio (2009/2011), apesar dos excelentes resultados alcançados em 2008. Segundo o presidente da Carris, «no próximo dia 24 de Março realiza-se a Assembleia Geral, onde será conhecida a decisão do accionista»,afirmando também que «desconhece» qual será essa mesma decisão.Durante a apresentação dos resultados da transportadora, o ainda responsável da Carris anunciou que a administração da empresa pública «cumpriu integralmente e até superou os objectivos estabelecidos no contrato de gestão que foi celebrado, no início de 2007,com o accionista Estado para o ano de 2008». Pela primeira vez em 25 anos, a Carris obteve um resultado operacional positivo de 2,2 milhões de euros, melhorando em 25,1 milhões de euros, os resultados alcançados em 2007, quando registou um total de 22,9 milhões de euros negativos. Já o EBITDA foi positivo em cerca de 21,1 milhões de euros, evidenciando uma melhoria de 22,7 milhões de euros, em comparação com o ano anterior (-1,6 milhões de euros). Apesar do resultado líquido continuar negativo (-17,3 milhões de euros) a Carris conseguiu-o melhorar em 22 milhões de euros, uma vez que em 2007 teve um resultado líquido negativo de 39 milhões de euros. Silva Rodrigues, referiu que «2008 foi um ano que se saldou bastante positivo para a Carris», justificando estes resultados pelo facto da empresa ter obtido uma maior eficiência na gestão dos recursos, um maior número de clientes (+ 1 milhão de passageiros que em 2007) e ter melhorado a qualidade de serviço prestado aos clientes, principalmente ao nível da reestruturação da sua rede, frota e pessoal tripulante. Apesar dos excelentes resultados, o passivo da Carris continua a aumentar, tendo passado de 580 milhões de euros (2007), para 615 milhões de euros (2008). Estes desequilíbrios, juntamente com a manutenção dos resultados líquidos negativos devem-se, segundo Silva Rodrigues, «a duas questões fundamentais. Uma é a “conta histórica” que esta empresa possui, pois ao longo dos anos capitalizou prejuízos, o que pressupõe uma injecção de capitais nas empresas públicas por parte do accionista». Outro dos factores, é a falta de uma contratualização do serviço público de transportes que irá permitir perceber «qual deve ser o apoio financeiro dado às empresas pela entidade que tem responsabilidade de gerir a mobilidade», referiu Silva Rodrigues, aludindo ao facto das Autoridades Metropolitanas de Transportes terem de ser as responsáveis por definir junto dos operadores os índices de serviço do transporte a prestar. Por Pedro Pereira

1 comentário:

  1. Geralmente, em equipa vencedora, não se mexe. Mas, como infelizmente, o maior accionista é quem se sabe, o mais certo é continuarmos a assistir a uma equipa conforme a cor presente na cadeira do poder.

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